Quando duas forças lendárias do rock se unem para reviver um clássico, o resultado não pode ser menos do que espetacular. Foi exatamente isso que aconteceu durante a recente edição da turnê “Rock Meets Classic”, que combina os maiores sucessos do rock mundial com o peso dramático de uma grande orquestra sinfônica.
A noite ganhou contornos históricos quando Glenn Hughes, ex-Deep Purple, e Lita Ford, ícone do hard rock dos anos 1980, dividiram os vocais em uma poderosa e emocionante versão de “Close My Eyes Forever”. O dueto original, lançado por Lita em 1988 ao lado de Ozzy Osbourne, nunca perdeu sua relevância – e, agora, ganhou nova força nessa interpretação que está conquistando milhares de visualizações no YouTube e gerando uma onda de nostalgia entre os fãs do bom e velho rock.
“Close My Eyes Forever” não é apenas o maior sucesso da carreira de Lita Ford – é também uma das baladas mais intensas e sombrias já compostas dentro do hard rock. O single chegou à oitava posição na Billboard Hot 100 em 1989, rompendo a barreira entre o underground e o mainstream com sua letra profunda, harmonia melancólica e interpretações vocais marcantes.
A história da criação da música é quase tão impactante quanto a canção em si: Lita e Ozzy, sob forte influência de álcool e drogas, compuseram a faixa de forma totalmente espontânea em uma madrugada descontrolada no estúdio. O episódio virou lenda, não apenas pelo hit que resultou, mas pelo retrato cru e real da vida nos bastidores do rock’n’roll daquela época – uma mistura de caos, genialidade e imprevisibilidade.
Agora, décadas depois, Glenn Hughes assume com maestria a parte que antes era de Ozzy Osbourne. Com sua voz potente e timbre inconfundível, Hughes trouxe novas camadas de emoção à performance, criando uma química magnética com Lita no palco.
A versão atual, acompanhada por uma orquestra sinfônica completa, transforma o clássico em uma experiência quase cinematográfica, onde cada nota parece expandir o peso emocional da composição original. A fusão entre o rock cru e os arranjos eruditos oferece ao público algo muito além da nostalgia – é uma celebração da atemporalidade da música bem feita, interpretada por artistas que ainda têm muito a dizer.
Além dessa performance arrebatadora, os fãs de Lita Ford têm outro motivo para comemorar: está previsto para este ano o lançamento de seu novo álbum de estúdio, o primeiro desde “Living Like A Runaway” (2012). A produção mais uma vez fica por conta do guitarrista Gary Hoey, que também participa do disco com linhas de guitarra.
O projeto vem sendo guardado a sete chaves, mas já gera expectativa entre os fãs que acompanham de perto a trajetória da “rainha do metal”. Enquanto isso, “Close My Eyes Forever”, reimaginada por Glenn e Lita, se estabelece como mais uma prova de que os grandes hinos do rock resistem ao tempo – e ganham ainda mais força quando revisitados com paixão, autenticidade e uma pitada de ousadia.